terça-feira, 14 de junho de 2011

Relações Humanas X Modernidade

Que atire a primeira pedra quem nunca mandou um e-mail para um colega da sala ao lado para convidá-lo ao almoço? Ou mandou um SMS para um colega de Faculdade, ambos dentro da sala, para perguntar-lhe se ele sairia para o intervalo ou ficaria na sala? Ou até mesmo iniciou (e terminou tambem...rs) relacionamentos via SMS, e-mail ou conversa via fone?
Não adianta falar que não, eu mesmo já fiz isso várias vezes e hoje vejo o quanto errei usando esses meios, pois certas coisas tem de ser ditas e escutadas, e não escritas e lidas...
É fato que a modernidade nos trouxe uma série de benefícios, deixou nossa vida muito mais prática e ágil. A Internet ficou muito mais rápida, os celulares são mais atraentes e há muito deixaram de ser meros telefones e se tornaram smartphones, a chegada dos netbook's e tablet's deram um ar muito mais futurista à nossa vida, tanto que se há alguns anos atrás os Jetsons eram futuristas hoje são meras figuras do nosso cotidiano.
Esse pacote de tecnologia cada dia mais amplo nos trouxe uma infinidade de comodidades, mas no meu ponto de vista, são inimigos mortais das relações humanas. Hoje em dia é muito mais comum você conversar com um amigo no MSN que talvez nem se lembre mais da cara da pessoa, da voz que ela tem, se tem algum sotaque ou tique. Ao passo que essas tecnologias encurtam distâncias e aproximam os povos, criam verdadeiros abismos entre pessoas que antes eram próximas.
Tá certo que os dias estão mais corridos, as pessoas cada vez mais atribuladas em meio há uma infinidade de compromissos profissionais e sociais, mas será que não vale a pena dedicar pelo menos um tempinho a um bom e velho bate-papo? Mas bate-papo de verdade, não vale ser chat...rs
Não me vejo tão velho assim, adoro todas essas parafernálias tecnológicas mas ainda acho que é muito mais prazeroso você conversar com alguem pessoalmente. Sabe aquele lance do olhar nos olhos, tocar a pessoa, ouvir e perceber a entonação da voz são todas coisas que se perdem pelo Cyber espaço ou pelas linhas telefônicas da vida. Jamais "rs" vai substituir a cor de um sorriso de verdade (por mais que este seja amarelo ou sem dentes...rs), um "bjs" nunca vai conseguir substituir o sabor de um beijo de verdade mesmo que no rosto, assim como um "eu te amo" por SMS, e-mail ou telefone jamais será capaz de transmitir a mesma emoção que uma pessoa transmite quando o diz pessoalmente à alguem.
Um dia desses tive essa conversa com um amigo e achei interessante compartilhar, pois tudo o que escrevi acima são coisas que eu mesmo ja fiz (repito) e na maioria das vezes me arrependi, pois percebi que se tivesse dito pessoalmente, cara-a-cara, teria sido menos dolorido, menos frio, menos impessoal, mais HUMANO. Sinto como se estivéssemos invertendo os papéis: as máquinas têm características cada vez mais humanas e nós, humanos, estamos cada vez mais frios, racionais, escondendo nossos sentimentos atrás de compromissos, de e-mail's, de SMS's da vida...
Um dia desses tava trabalhando e ouvindo umas músicas enquanto trabalhava, uma das que ouvi foi Tele-fome do Jota Quest  e só agora consegui entender o significado do título e a sua relação com a música. O que o Flausino quis passar é exatamente o que eu tô escrevendo aqui, principalmente quando canta: "...a fome de amar é real, não se traduz em fios", "Meu ouvido não ama, apenas ouve os seus reclames".

Portanto galera e sem mais delongas, não perca a oportunidade de dizer o que sente ou pensa de alguem e por mais que a verdade doa não se esconda atrás do telefone ou qualquer outro meio impessoal de comunicação, tenha o respeito pela pessoa que receberá a notícia e acima de tudo, diginidade (que hoje posso dizer com orgulho que tenho...). Grandes desafios, grandes decisões, grandes passos rumo ao futuro precisam de muita coragem e firmeza, e se relacionar não é diferente.

Como dizia o sábio Almir Guineto em uma de suas músicas: "Não estou dando e nem vendendo, como o ditado diz, o meu conselho é pra te ver feliz".

Um comentário:

  1. Concordo em gênero, número e grau :) A vida "on-line" jamais poderá ser tão intensa e tão marcante quanto a vida "ao vivo" rs. O difícil é reverter o processo high tech da vida :P

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